segunda-feira, novembro 19, 2007

Como de costume


Passei tempos sem postar, como de costume, mas há uma desculpa das boas dessa vez.
Ando num vazio de criatividade, não tenho conseguido escrever nada, ao menos nada que eu ache que preste ou pelo menos nada que eu me preste a postar nesse meio.
Depois desse tempo finalmente consegui escrever um poeminha, mas não tá lá essas coisas...ao menos é postável...

Um dia

Um dia,
e cai a chuva lá fora
Gravidade!
As horas vão indo devagar
Tic-tac
Ansiedade...
O café ainda não ficou pronto
Mas cheira...
Memória cheia de histórias,
estórias e contos
Na melodia dos acordes,
das músicas da moda no rádio
Troco de estação
-queria que fosse verão!
Penso, a mente fervilha
Café no ponto,
Tomo antes que esfria...
Inverno chato...frio
Entedia
Olho relógio
Penso: “atrasado”
Meio dia!
Mais um dia passando
Passado chegando e tomando,
de assalto o que um dia foi..
Futuro
E acontece, acontece...
Acostume.
Lentamente,
mas assusta
-que velocidade!
-que derrepente!
Repentinamente...
A chuva também se vai
O calor da luz invade a casa
A brisa de terra molhada também
-que beleza de dia!
Que devagar se vai
Até que numa hora recai
Lentamente escurece
A penumbra toma espaço
A noite acontece
Mais um dia se foi...
Cansaço
!

(Gustavo Arêas)

domingo, novembro 18, 2007

samba é privilégio de poucos


Não tinha nada para fazer então resolvi postar, postei como sempre um poema, só que desse eu não sou muito fã...ele soa para mim muito "esboço", mas fazer o que, não sou genial e nem sempre consigo dar vazão para minha suposta criatividade


Ecos...

A luz atingiu a areia,

Iluminando aquela pobre criança

Com choro e solidão, abandonada

De pele avermelhada, mas não pela ação da luz

não pronuncia palavras, mas longe de estar calada

prenuncio do fim que acaba de zarpar.

Tambores rufam e percorrem as matas

Uma vez julgado paraíso perdido,

Agora enfim está prestes a se perder

Homens grandes de olhos e peles claras

Ensopados de suor, roupas pesadas

Tambores, trombetas...armas

Chegaram, dizem, com a real palavra

Às margens de um rio com águas diferenciadas

Vermelho, mas não da cor da pele da criança, a citada

Mas sim por dor, sangue!

De longe se vê, o front está armado,

vieram reivindicar posse

-Propriedade?

Assustados, perguntam os nativos

“Rei, reino, regra”

tantas palavras com “r”

-Trouxemos civilização!

dizem os peles claras,

e dizem que em nome do rei e do livro,

da tal real palavra,

João, Matheus, Lucas, Jesus... Cristo...

Deus e toda a santíssima trindade formada (amém)

-Cristãos sereis por vontade própria ou forçada

mais uma vez ordena os peles claras

E assim a terra uma vez julgada sagrada,

começa desde já a sangrar

Fugindo de tais palavras, supostamente de paz e compreensão

nas escrituras consagradas,

versículo à salmo, salmo à versículo

paulatinamente profanadas

Uma vez esta terra que soou sacra,

agora está amaldiçoada

O verde, as matas...começa-se a derrubada,

cana, algodão, tabaco, escravidão

A partir daí o destino dessa terra foi selado

E a criança continua a chorar, e continuará

nas areias daquela praia qualquer

ao sol, a sorte, perecerá,

e o eco do choro continuará a ecoar

por séculos e séculos a frente,

pois ao contrário de uma outra criança,

que nasceu em algum outro lugar

esta não veio ao mundo para reinar’


(Gustavo Arêas)