Não tinha nada para fazer então resolvi postar, postei como sempre um poema, só que desse eu não sou muito fã...ele soa para mim muito "esboço", mas fazer o que, não sou genial e nem sempre consigo dar vazão para minha suposta criatividade
Ecos...
A luz atingiu a areia,
Iluminando aquela pobre criança
Com choro e solidão, abandonada
De pele avermelhada, mas não pela ação da luz
não pronuncia palavras, mas longe de estar calada
prenuncio do fim que acaba de zarpar.
Tambores rufam e percorrem as matas
Uma vez julgado paraíso perdido,
Agora enfim está prestes a se perder
Homens grandes de olhos e peles claras
Ensopados de suor, roupas pesadas
Tambores, trombetas...armas
Chegaram, dizem, com a real palavra
Às margens de um rio com águas diferenciadas
Vermelho, mas não da cor da pele da criança, a citada
Mas sim por dor, sangue!
De longe se vê, o front está armado,
vieram reivindicar posse
-Propriedade?
Assustados, perguntam os nativos
“Rei, reino, regra”
tantas palavras com “r”
-Trouxemos civilização!
dizem os peles claras,
e dizem que em nome do rei e do livro,
da tal real palavra,
João, Matheus, Lucas, Jesus... Cristo...
Deus e toda a santíssima trindade formada (amém)
-Cristãos sereis por vontade própria ou forçada
mais uma vez ordena os peles claras
E assim a terra uma vez julgada sagrada,
começa desde já a sangrar
Fugindo de tais palavras, supostamente de paz e compreensão
nas escrituras consagradas,
versículo à salmo, salmo à versículo
paulatinamente profanadas
Uma vez esta terra que soou sacra,
agora está amaldiçoada
O verde, as matas...começa-se a derrubada,
cana, algodão, tabaco, escravidão
A partir daí o destino dessa terra foi selado
E a criança continua a chorar, e continuará
nas areias daquela praia qualquer
ao sol, a sorte, perecerá,
e o eco do choro continuará a ecoar
por séculos e séculos a frente,
pois ao contrário de uma outra criança,
que nasceu em algum outro lugar
esta não veio ao mundo para reinar’
(Gustavo Arêas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário